quinta-feira, 8 de março de 2012

Na Festa

A Festa


                Era uma festa de aniversário em uma balada. Gente desconhecida, uma companhia. Para chegar ao local, tiveram ajuda de um desconhecido, pararam eu um posto de gasolina, a garota comprou um maço de cigarros e uma lata de cerveja e foram para a festa. Dos convidados, só ela foi. Ela fumava, conversaram, entraram.  A festa ainda estava vazia, haviam dois conhecidos, mas quase não se esbarraram. Logo a festa encheu, apareceu um conhecido, mas nada muito especial. Foram para o fumódromo, conversaram, ela estava alterada já. Depois desceram para a pista e dançaram muito, muito tempo.
As pessoas interessantes foram aparecendo, um rapaz dançava com um copo na mão. Ele se aproximava, não parava de dançar, chegou bem perto, olhos nos olhos, as testas se encostaram, os narizes se tocaram e os lábios, enfim, se encontraram.  Se beijaram longamente, a música tocava e eles se curtiam, fora do ritmo do que tocava na pista. Mãos dadas, se olhavam nos olhos de vez em quanto, se abraçavam, voltavam a se beijar, dançavam lentamente enquanto a música agitava as outras pessoas no ambiente. Eles se analisavam, sorriam, quase sem trocar palavras. Descobriram seus nomes, o que faziam, e voltaram a ficar em silêncio.
                Depois de algum tempo, saíram do meio da muvuca e foram para fora da festa, sentaram, depois um se encostou na parede e o outro se deitou entre suas perna, e ficaram ali, curtindo aquilo. A noite ainda reinava no céu. O rapaz encostado na parede caia no sono de vez em quando. O outro parou para olhar para o rapaz, para fazer uma analise e notou que ele não era aquele “tipo” que ele procurava, não era sarado, não tinha braços fortes, não era nada daquilo que ele sempre “procurou” mas era muito agradável, simpático, sensível, o tipo de pessoa que não é para uma só noite. De vez em quando ele acordava, falava algumas coisas sem sentido.
                Uma bela hora, ele acordou de fato, olhava apara a face do outro, olhava de outro angulo e dizia “você é muito bonito”, e ele respondia “ você também”, o que era verdade, o primeiro balançava a cabeça em negação e dizia “ você é lindo”. Aquelas palavras não eram para agradar, eram sinceras. De repente ele olhou espantado para aquele “lindo rapaz” e disse com ar de perdido “o que eu faço com você?” “como assim?” “o que eu faço com você, lindo desse jeito?” o garoto não sabia o que fazer a não ser sorrir.
                No fim daquilo, ele teve que ir embora, trocaram telefone, contato e se despediram longamente.
                O garoto voltou para dentro da festa para procurar sua amiga que estava dançando com um desconhecido que o agarrou e lhe deu um beijo, que quebrou todo o clima que ele estava.
                O garoto foi embora com a amiga, andaram muito, dormiram no ônibus e chegaram bem em casa. E ficou no ar de “o que será daqui para frente”...