terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ninguém Nunca Descobriu

          Dois garotos, rapazes, homens... Enfim, dois seres humanos do sexo masculino, se encontram todos os dias, não são lá grandes amigos, mas são colegas, de escola, de trabalho... De um exercício que exercitam todos os dias, sempre no mesmo lugar, na mesma hora. Os dois namoram, cada um com uma garota, mulher, ser de sexo oposto ao deles.
          Eles se conversam bem, os quatro se conhecem, os quatro se dão bem. Um dia, em uma espécie de festa, comemoração, encontro na casa de um deles para jogar vídeo game, ou assistir um filme, as garotas acabam não indo e eles decidem não abortar o plano. Os dois conversam, bebem, assistem o filme, jogam vídeo game, conversam, bebem... Os dois estão cansados, alcoolizados, não aguentam mais vídeo game, música, televisão, computador, desligam tudo, se deitam no chão, um em posição inversa a do outro, olhando pro teto, ombros lado a lado, continuam a conversar. Decidem não beber mais. A conversa continua. Um deles vai se levantar, consegue, dá alguns passos e acaba caindo, largando o corpo. Ele cai em cima do outro, com as costas no peito do outro. Os dois riem, o que está em cima se vira a fim de se levantar novamente. Os dois se olham, eles não estão com os rostos paralelos, o olhar é de canto por parte do que está por cima e para baixo por parte do que está por baixo. O olhar se estende por algum tempo, o de cima se move um pouco, o de baixo também, um na direção do outro, até que se encontram. Um se aproxima do outro, os narizes vão se tocando, os olhos se fechando, os lábios se aproximando...
          No dia seguinte, os dois se encontrem com suas namoradas, vão ao cinema, ao restaurante, shopping ou parque, seguem suas vidas, normalmente, como se a noite anterior nunca tivesse acontecido, seguiam suas vidas de forma que ninguém descobriria o que se passara na noite anterior, na sala da casa de um deles... E ninguém nunca descobriu.

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