“Eu sei que a imagem pode parecer estranha, mas imaginei isso e é daí que vem o texto que segue.”
Um beijo é mais do que dois
lábios se tocando. Quando as pessoas se beijam, é como se um tocasse as
palavras que o outro falou durante toda sua vida. Os lábios são como páginas de
um livro curto, porém denso, cheio de histórias de vários tipos, de palavras
cheias de emoção e significado. Mesmo as palavras repetidas não são as mesmas,
pois para cada uma existe não apenas uma entonação diferente, mas também as
situações em que foram ditas são diferentes, ou não, logo, trazem significados
diferentes.
Desta forma, é como se um beijo
fosse um diálogo mudo, “un dialogue de
sourd”, como diz uma música, onde as pessoas envolvidas se entendem, não
apenas por compartilharem de um sentimento que existe, e que não necessariamente
seja amor ou paixão ou coisa do tipo, mas por estarem trocando experiências acumuladas
durante toda uma vida. Talvez seja por isso que o primeiro beijo seja tão
importante e significativo para as pessoas na maioria das vezes.
A imagem é estranha, mas quando
os lábios se tocam, é como se as páginas de dois livros distintos se
intercalassem e trocassem seu conteúdo. Obviamente, beijar um livro não surte o
mesmo efeito, porque, por mais que quando escritas exista uma intensão, as
palavras de um livro estão estáticas, não tem uma história, um sentimento próprio
e etc. Não é uma questão somente de entonação, as palavras trazem consigo
histórias, sensações e sentimentos únicos durante um beijo. Uma palavra pode
ter um significado diferente para cada pessoas, por isso nunca se repetem, e é
isso que transforma os beijos singulares, mesmo que em uma mesma pessoa, as
histórias são sempre diferentes, nunca tem fim, nunca são as mesmas.